sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Pausa




quando percebo
brotando dos poros
asas
sinto Você

poema de         Sumaya Prado

escrito em 1983
editado pelo livro da tribo,2007





sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Inspire, Expire. O lota e a respiração

escrito por               Sumaya Prado
Brasília, agosto 2010

O lota é um pequeno recipiente, geralmente feito de cerâmica, utilizado para irrigar, purificar e desobstruir as vias respiratórias. É um instrumento simples e todos podem se beneficiar de seus amplos benefícios. A pronuncia correta é "lôta", com "ô" fechado. A técnica realizada através do lota é conhecida no yoga e na medicina ayurvedica como jala neti krya, jala(água), neti(guiar), krya(ação/purificação).
Além de liberar o fluxo de oxigênio e ampliar a capacidade respiratória, é auxiliar na prevenção de alergias respiratórias, sinusite, rinite, apnéia, resfriados, ronco, efeitos da poluição, do ar condicionado e clima excessivamente seco.
O uso diário do lota como hábito de higiene pessoal mantém a hidratação das mucosas nasais, remove o muco e as bactérias que se alojam nos “sinus”. Através do aumento da oxigenação cerebral proporciona melhor capacidade de concentração e memória, estimula a circulação e a energia em todos os níveis.
  
Como usar o lota 
- Aqueça 2 copos de água mineral, levemente morna( próxima a temperatura do corpo).
- Coloque no lota até encher.
- Acrescente uma colher de chá rasa de sal marinho. (Se o sal não estiver na medida certa, poderá sentir uma leve dor na altura dos seios frontais e ardência na mucosa nasal).
- Coloque o bico do lota em uma das narinas e incline-o, de modo que a água entre por
  uma narina e saia pela outra. Mantenha a boca entreaberta e respire através dela   lentamente.
- Utilize metade do conteúdo de cada lado e assoe o nariz bem devagar.
- Em seguida, com o rosto virado para frente e para baixo assoe o nariz várias vezes sem tampar nenhum dos lados (kapalabhati).

 Dicas
- Não olhe para frente, olhe para seu cotovelo que deve estar elevado.
- Não incline demais a cabeça para o lado ou para trás, a água pode escorrer para a garganta, não tem perigo algum mas não é a proposta.
- Assoe as narinas sem tampar nenhuma delas.Tampar uma das narinas pode causar pressão no tímpano.
- Você pode acrescentar uma gota de limão ou gengibre, uma gota de óleo de copaíba ou   gergelim ou uma gota de própolis. 

 Boas práticas!

Sumaya Prado


Sumaya é professora de yoga em Brasília
sumayaprado@yahoo.com.br

 informações sobre lota: (61) 9687-0715

domingo, 8 de agosto de 2010

In


Enquanto corro
atrás da felicidade
ela descansa
dentro de mim


 poema de             Sumaya Prado


escrito em Brasília, 2008
editado pelo livro da tribo, 2010



Somente o necessário



escrito por         Sumaya Prado

Brasília, maio de 2010

Vale quanto pesa

Quanto pesa o que você juntou durante sua vida? Se acaso precisar mudar suas coisas de lugar de um dia para outro, de quantas malas vai precisar? Você será capaz de carregar suas coisas sem resmungar ou vai precisar de ajuda? O que você acumulou vale quanto pesa? -Sumaya Prado, livro da tribo- 2009.

Escrevi este texto em 2008, que foi editado pelo Livro da Tribo em 2009. No mesmo ano, para o mesmo livro, escrevi:
Coragem
passe adiante
parte
de sua bagagem
Sumaya Prado , livro da tribo -2009

Enquanto observava o que havia escrito, me lembrei de uma história que ouvi em um dos tantos intensivos de Yoga e depois, descobri o texto na integra no livro “Como um místico amarra seus sapatos” de Lorenz Marti:
"Aconteceu há muito, muito tempo. Num casebre muito pobre junto aos portões de entrada da cidade vivia um eremita. Ele era venerado como um asceta santo, muitas pessoas procuravam seus conselhos. Até o rei já tinha ouvido falar dele. Ele quis conhecer esse homem de qualquer maneira. Um dia ele foi até o casebre e perguntou-lhe se não queria mudar-se para o palácio.
__ Se o senhor quiser - respondeu o eremita - Posso ir a qualquer lugar.
O rei ficou surpreso, mas não deixou isso transparecer. Ele já havia imaginado que o eremita aceitaria seu convite. Um verdadeiro eremita não deveria recusar a oferta? O rei começou a ter dúvidas. Mas como ele já havia feito o convite, levou o homem ao palácio onde mandou que lhe preparassem um belo quarto e uma boa refeição.
E o que fez o eremita? Ele usufruiu do belo quarto e da boa comida. No dia seguinte também, e no seguinte ao seguinte. Esse homem, que dizia ser um asceta, deixou-se tratar muito bem no luxuoso palácio. O rei estava profundamente decepcionado. Depois de uma semana ele falou diretamente ao estranho hóspede:
__Desculpe-me, mas simplesmente não consigo entender como você, um asceta, pode viver em um palácio? Qual a diferença entre você, um homem santo, e eu, um rei?
__Se o senhor quer ver a diferença, então venha comigo para fora da cidade.
Os dois se puseram a caminho. Caminharam por muito tempo sobre campos ensolarados, bosques úmidos e aldeias isoladas. E quanto mais caminhavam, mais impaciente o rei ficava. Quando anoiteceu ele pediu ao eremita insistentemente que finalmente respondesse à sua pergunta.
__Eu lhe direi apenas uma coisa - respondeu ele __Não voltarei mais. Seguirei adiante. O senhor virá comigo?
O rei sacudiu a cabeça.
__Não posso. Não posso abandonar meu reino e meu palácio. Além disso tenho uma família.
__Está vendo a diferença? Eu posso seguir adiante, não deixei nada para trás. Desfrutei das comodidades do palácio. Mas não me apeguei a elas. Por isso eu posso agora seguir adiante.
__Por favor, não faça isso - disse o rei - Volte comigo ao palácio.
__Para mim não faz diferença se volto ao palácio com o senhor ou sigo adiante. Mas se eu voltar, também voltarão suas dúvidas. Por isso, por amor ao senhor, eu seguirei adiante." 

Então pensei: Estamos preparados para deixar para trás o que não é nosso (principalmente acreditando que somos donos de alguma coisa ou alguém) e seguir adiante? Creio que às vezes sim e às vezes nem tanto assim. E isso, para mim, não está definitivamente relacionado a se tornar um asceta, abandonar a vida concreta ou algo do gênero, mas à prática do desapego, conhecido no Yoga como Aparigraha, seguros de que os pensamentos, palavras e ações de nossa vida constroem o suficiente para cada momento. Podemos treinar  sentir e  seguir cantando como Mogli, o menino lobo e seus amigos: “Necessário, somente o necessário, o extraordirnário é demais, eu uso o necessário, somente o necessário, por isso é que essa vida eu vivo em paz”.

Vamos à pratica!
Sumaya Prado

Sumaya é professora de yoga em Brasília
sumayaprado@yahoo.com.br




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